A Lenda da Liberdade de Autor, ou a Serpente em quem escreve e a Serpente em quem lê. |
A liberdade de autor, em contos, romances, ou na poesia vária, é muitas vezes ignorada ou tornada obsoleta por quem com algo que lhe desagrada, se depara.
Atentando a um exemplo do qual tive conhecimento no blog de Thomar, no qual após pedido para ser realizado um conto tendo em conta determinado tema cujos contornos dão azo à fantasia de qualquer um, surgiu - até no seio dos pertencentes ao referido blog - um sentimento de estranheza impossível de ignorar. Também no seio dos Tomarenses que seguem o blog de Thomar, a estranheza chegou ao ponto de repulsa para com os contornos da estória.
Tendo em conta que os sentimentos foram expressados como reflexo da publicação de apenas parte inicial do referido conto que foi publicado em várias partes, abre isso ainda mais horizontes ao que pretendo aqui elucidar.
Das opiniões que ouvi, em causa esteve sempre a imagem dada nos primeiros parágrafos, a D. Gualdim Pais, figura de extrema importância na história Tomarense, bem como na história de Portugal.
Como poderão ver, estas linhas começam a distanciar-se do título que é completamente genérico, e começam a focar-se num caso particular. A primeira pergunta que me surge é precisamente: porquê?
Bom, falando de algo genérico, é natural que passe a dar exemplos; contudo, no exemplo que comecei a dar, fui traçando um e mais outro contorno, tendo-o tornado quase objecto de análise neste meu texto. A que se deve isso? Resposta simples: à proximidade e facilidade de acusação em algo que não é minha pertença.
Afinal, é a proximidade prima da intimidade, e aquilo que para nós tomamos como íntimo, tomamos como quase nosso sendo. Apesar dessa realidade, há que compreender que a história é pertença de todos, quaisquer que sejam as emoções que possamos sentir, atribuindo-as a factos ou situações específicas. Depois, há que compreender também, que é necessário distinguir o que é um facto, daquilo que é fantasia.
Misturar factos e fantasia no formular de uma opinião, mostram apenas que essa opinião não tem qualquer tipo de base terrena, onde os pés de quem a formula devem sempre assentar - ou seja, no racionalismo, ou pelo menos na utilização do racionalismo para opinião que posteriormente a debate sirva.
Tentemos compreender melhor porque tal poderá acontecer, no formular uma opinião baseando-se em factos e fantasia: